Boa dia meninas!
Hoje trago um depoimento, de uma paciente muito querida que ainda
está em tratamento, mas já com grande evolução...
Essa paciente assim que soube do vaginismo, descobriu que uma das
opções de tratamento era a fisioterapia. Porém ela se sentia bastante insegura
e assustada de imaginar como seria o tratamento. Portanto ela tentou vários
caminhos para fugir da necessidade da fisioterapia.
Vejam o depoimento lindo e emocionante :
"Apresento- me como terapeuta ayurvédica, terapeuta floral,
reikiana, vagínica.
Enquanto terapeuta ayurvedica nem tudo sei, diante do grande
volume de informações. Ainda sou aquela que estuda, que pesquisa, que se
dedica, que questiona, que aprende.
Enquanto especialista em floral de Bach, de florais filhas de
gaya, minas e flor de íris posso afirmar que sei um bocado.
Enquanto vagínica, sou doutora.
Ninguém além da portadora do vaginismo, do psicólogo especialista
em sexualidade e vaginismo e do (a) fisioterapeuta especializada em tratamento
urofisiológico e mais especificamente em vaginismo, compreende a complexidade
desse distúrbio.
Antes de iniciar o tratamento com a fisioterapeuta, tentei TODOS
os tipos de alternativa para “fugir” de uma fisioterapia em que teria que
“enfiar”, perdoem- me o termo grosseiro, qualquer objeto num canal que nem
cotonete, nem vento passava.
Como católica, minha formação primeira, fui à todas as missas do
domingo, fui batizada, fiz primeira comunhão, fui crismada e casada com as
bênçãos de um padre. Ah! E perdi as contas de quantas Romarias participei.
Como espírita, a minha primeira alternativa foi submeter- me ao
tratamento de passes, cirurgia espiritual (não uma, mas muitas), desobsessão,
anti- goécia, Evangelho no Lar semanalmente e tudo o mais que me foi proposto
numa infinidade de centros kardecistas e de umbanda para tratar o que poderia
ser um companheiro desencarnado a aborrecer- me e atrapalhar- me o caminho ou
cura do períspirito ou cura do meu karma.
Dança do ventre, círculo de mulheres, Yoga, Biodanza, dança
cigana, bambolê, hidroginástica, sagrado feminino foram as atividades
escolhidas para ajudar a soltar meu corpo, a ser mais solta, a aceitar a minha
natureza sexual, a soltar os músculos que teimavam em travar durante o ato, a
ter consciência do meu corpo, a liberar a sexualidade.
Terapia de regressão com a maior autoridade em terapia regressiva
no país, como forma de compreender porque trazia nessa existência esse
distúrbio, a vivenciar a origem do trauma e entrando em contato com ele,
desbloquear o trauma repressor.
Terapia do Fogo Sagrado e Thai Yoga Massagem, terapias xamânicas
para o mesmo fim da terapia da regressão.
Terapia Reiki para desbloqueio dos chakras.
Acupuntura, shiatsu, drenagem linfática.
Constelação familiar, técnica psicoterapêutica alemã que permite
localizar e remover bloqueios do fluxo amoroso de qualquer geração ou membro da
família.
Cromoterapia.
Florais de Bach.
Florais Filhas de Gaya.
Florais australianos.
Florais de Minas.
Florais Flor de Íris.
Promessa para Santa Rita de Cássia.
Promessa para São Francisco de Assis.
Promessa para Cosme e Damião.
Muita conversa com Deus.
Muito choro em igreja e qualquer capela que entrasse.
Muito choro nos pés de Cristo.
Choro de soluçar e depois dormir de tanto chorar.
Todas as massagens ayurvédicas: Abhyanga, Shirodhara, Pinda Sweda,
Terapia dos marmas, Pedras Quentes, Kati Basti, Hridaya Basti, Garshana,
Udwartana. Todas essas massagens que ajudam no meu processo terapêutico. Dieta
anti- ama a cada troca de estação, alimentação de acordo com meu dosha, uso de
óleos e sigo religiosamente o meu dinacharya.
3 psicólogos que nada entendiam de vaginismo (um até sugeriu muito
abertamente ao meu marido que trocasse de mulher, porque afinal, eu já estava
sendo acompanhada por ele há seis meses e não tinha conseguido, era por culpa
minha ora essa, eu era desinteressada na minha cura!).
1 psiquiatra que dopou- me com bup e olcadil e disse que isso me deixaria
mais leve.
Uso de vinhos tintos, brancos, rosé; Tequila; Champanhe; Cachaça.
Só whisky que não.
Minhas três casas, motel, os mais caros e bonitos hotéis de muitos
lugares dentro do Brasil e fora dele.
Incensos, com clima, sem clima, apaixonada ou não, com os mais
lindos homens, com o amor da minha vida.
O maior investimento financeiro da história.
Por que não massagem perineal?
Por que não pompoarismo?
Por que não contrair e abrir a vagina?
Por que não fazer a ruptura cirúrgica do hímen?
Colocar o dedo? Jamais.
O OB? De jeito nenhum.
Copinho coletor? Muito menos.
Porque tudo que se relacionasse a colocar sozinha ou com a ajuda
do meu melhor amigo e parceiro na vida era desesperador.
Porque tudo que se relacionasse com sangue, furada e dor era mesmo
desesperador.
Porque tudo está mesmo... na cabeça...
Parece fácil, o coração quer desesperadamente, o cérebro e a
musculatura dizem: Não, não, não.
É muito mais complexo que podemos supor.
É controlar mente; Coração; Perna; Vagina; Prisões psicológicas
impostas por nós mesmas e pela sociedade e pela família; Esquecer traumas;
Superar o medo do futuro desconhecido, que envolve o medo de pegar doenças
sexuais, de gravidez, de ginecologista... e tudo isso junto... é muito mais
complexo que podemos supor.
Às vagínicas que conseguem comprar os kits dilatadores e fazem
sozinhas em suas casas são verdadeiras heroínas e maduras (em minha opinião),
já li muitos relatos, mas que só pioravam o meu estado e que faziam que eu me
sentisse ainda mais anormal, mais covarde e mais frustrada.
Custei a entender que cada caso... um caso.
Todas as outras terapias alternativas foram essenciais na minha
caminhada, para que eu conhecesse a mim mesma e adquirisse coragem para
enfrentar mais tarde a fisioterapia uroginecológica.
Mas só a fisioterapia não resolveria o que estava na mente e no
coração. Precisava tratar também o emocional com um sexólogo. E só o sexólogo
não dava coragem suficiente para realizar os tais exercícios de: Colocar um
dedo, depois o ob, depois...
A religião, a família, eu mesma, a primeira ginecologista sem
nenhum tato, os responsáveis para a disfunção que trago desde que eu... nasci?
O vaginismo existe em mim desde que me entendo por gente. Não
existe desde que conheci meu marido, existe desde muito antes, quando nem tinha
começado a namorar, desde que era criança.
Compreender na terapia psicológica, como ser filha adotiva, como
ser filha de uma mãe considerada prostituta (por ter sido mãe solteira), por
ter sido levada ao ginecologista com 5 anos de idade ( por ter desenvolvido
nessa idade pelos pubianos) e ter sido praticamente estuprada durante a ação do
exame pela ginecologista e enfermeiros que seguravam- me, para que eu deixasse
fazer o exame; Entender como a pressão familiar para que eu não namorasse cedo
e não “me entregasse” antes do casamento, para que eu não engravidasse antes da
hora; Compreender como ter estudado em rigorosos colégios de freiras toda a
vida com sua educação moral de castidade bem imposta contribuíram para enraizar
uma disfunção tão bem escondida, que nos faz sentir únicas, “ets” num mundo
onde todo mundo parece viver no mítico universo de 50 tons de cinza, menos você.
Tratar todos os traumas: Religioso, moral, afetivo, sexual,
familiar era pois, muito necessário.
E ainda mais necessário enfrentar e desmitificar o que parecia o
maior monstro de sete cabeças chamado fisioterapia pélvica com profissional que
passa pelo afeto, que entende de compaixão, de doçura, de psicologia amorosa,
de fala mansa, de fala firme (para não ceder aos nossos medos de
enfrentamento), que entende de como passar segurança e do quanto é importante
honrar com a palavra do que promete, como a minha fisioterapeuta Fernanda
Pacheco, especialista que conhece todos os sintomas fisiológicos e todos os
tipos de dramas que se passam em nossa mente e em nossa vida e que entende
muito em como proceder nessa fisioterapia, foi e ainda é fundamental para
assegurar a minha cura.
Não existe milagre mesmo nessa área...
Lendo alguns blogs sobre vaginismo, achei um que ensinava a
fazer a massagem perineal com os dedos... “Geralmente a massagem é mais
eficiente quando feita com o companheiro.” Diz no blog!
Parei aí. Achei por demais de equivocado, que só quem tem mesmo
vaginismo entende. Só de ler nos revira o estômago e dá a famosa sensação de
agonia.
Se fácil fosse para meu marido colocar vossos dedinhos, deixava- o
enfiar seu pênis logo e não precisaria pagar nem o terapeuta, nem a
fisioterapia.
Não há nada na literatura ayurvédica, não há nenhuma terapia
alternativa que resolva tal problema. Posso garantir, que o que há na ayurveda
e em todas as terapias alternativas é o auxílio eficiente para o relaxamento do
corpo e da mente. Mas nada próximo o que a fisioterapia e a psicoterapia podem
realizar juntos.
Perdoem a longa carta, é que não teria outro modo de explicar o
meu ponto de vista, com toda complexidade que esse assunto exige.
Paz e Bem!"
Querida, em breve estarei postando aqui o seu depoimento de
cura... Foi um presente enorme te conhecer! E fico muito feliz em ver a sua
rápida evolução! Em breve você terá um bebezinho lindo para providenciar
(rsrs).
Meninas entenderam o recado da paciente? A cura não vai cair do céu! É preciso encarar de frente o vaginismo e buscar pelo tratamento adequado o quanto antes.
Hoje ela está na fase final do tratamento, com pouco mais que 10 sessões de fisioterapia. Espero que esse depoimento possa emociona-las como me emocionou.
Meninas entenderam o recado da paciente? A cura não vai cair do céu! É preciso encarar de frente o vaginismo e buscar pelo tratamento adequado o quanto antes.
Hoje ela está na fase final do tratamento, com pouco mais que 10 sessões de fisioterapia. Espero que esse depoimento possa emociona-las como me emocionou.
Beijo grande
Dra Fernanda
7 comentários:
Ahhh, quem diria! Quando eu lia esses depoimentos, parecia algo longe para mim, embora enchia- me de esperança! Quem diria que veria meu depoimento um dia...quem diria que eu conseguiria estar bem perto do que achava incurável em mim?!
Você que é um dos mais valiosos presentes de Deus em minha vida, porque ganhei mais que uma fisioterapeuta, ganhei uma amiga! Muito obrigada por tudo!
A
Olá, li seu depoimento fiquei impressionada com tantas alternativas que procurou e nao deu certo, sera que eu poderia conversar com voce? Passo por situação semelhante, preciso muito de alguem para conversar. Se puder me envie um email para conversarmos!! xmed2015@yahoo.com
Anônima de 5 de maio... Passei seu recado para a autora do depoimento. Se ela se sentir a vontade , entrará em contato com vc pelo email que vc forneceu. abraço
Olá, sim podemos conversar por e- mail, mas peço apenas que espere só mais um tiquinho, pois estou com viagem marcada e retorno no início de junho, que é quando escreverei para você e terei um prazer enorme em trocarmos ideias e ampararmos uma a outra, uma vez que sei bem como é não ter ninguém bem próximo para poder conversar. Até mais!
Meu Deus, o relato dessa moça se assemelha tanto ao meu =~~~~
Gratidão por compartilhar.
Me deu muita esperança.
Repressão de família, me identifiquei. Pais/família confundindo educar com reprimir... Muito lindo seu depoimento. Já é uma vencedora ...
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