quinta-feira, 6 de setembro de 2018

APESAR DE SER PSICÓLOGA, EU NÃO SABIA O QUE ERA VAGINISMO. FAÇA TRATAMENTO MULTIPROFISSIONAL

Olá meninas!!!

Hoje recebi um depoimento lindo e encorajador de uma Ex-paciente que é psicóloga. Vou chama-la de TULIPA. Tenho certeza que vcs irão se sentir estimuladas a buscar ajuda, assim como a Tulipa buscou. É muito importante o tratamento multiprofissional que envolve o MÉDICO, A TERAPIA E A FISIOTERAPIA.

Boa leitura!


"Minha trajetória até o fim do vaginismo é muito semelhante a de muitas outras mulheres. Apesar de ser psicóloga, eu não sabia o que era o vaginismo e infelizmente muitos profissionais da saúde também não sabem. E mesmo depois de descobrir o diagnóstico correto, isso por si só não faz uma disfunção sexual com implicação física se extinguir automaticamente.

Passei por uma situação de abuso sexual na infância que só compreendi claramente o significado do ocorrido quando cheguei na adolescência.

Tive uma educação familiar e religiosa muito rígida em relação a virgindade, onde a preservação da mesma (incluindo o hímen) era muito cobrada e qualquer deslize relacionado ao ideal de pureza sexual era seguido de um forte sentimento de culpa.

A minha primeira tentativa de penetração ocorreu na lua de mel e foi uma grande frustração. Eu sentia tanto medo de uma possível dor intensa na penetração ou de sangrar ou de engravidar (mesmo usando dois métodos contraceptivos simultaneamente), que simplesmente mal conseguia deixar o pênis se aproximar da entrada da minha vagina. Esses vários medos rondavam a minha mente com bastante frequência (às vezes de forma clara, outras nem tanto)  quando eu tentava ter relação sexual ou até mesmo quando eu achava que determinados carinhos poderiam terminar em sexo. Após vários meses a minha vontade de ter relação era cada vez menor até eu chegar a supor que possivelmente era assexuada, já que não sentia mais nenhum desejo sexual pelo meu (então) marido.

O casamento chegou ao fim depois de poucos anos, por outros motivos que não exclusivamente a sexualidade, e só após o divórcio eu tive certeza de que algo não funcionava bem com a minha sexualidade e não apenas com o relacionamento que eu tinha. Nas relações sexuais que tive depois, por mais que eu quisesse muito, o pênis do parceiro não entrava de jeito nenhum. Eu sentia uma dor intensa e tinha a certeza de que meu canal vaginal era “fechado”, como se tivesse algo obstruindo a entrada.

Depois de vários meses levei esse assunto para a terapia (neste momento da vida estava em terapia com outra psicóloga). Ela prontamente passou alguns exercícios para que eu conhecesse melhor o meu corpo e indicou que eu procurasse uma fisioterapeuta pélvica. Que bom!!! nem sabia que existia um profissional que poderia me ajudar especificamente com isso.
Assim que terminou a sessão de terapia encontrei o site da Dra Fernanda na internet. Marquei uma avaliação e fiquei muito aliviada quando ela me disse que o vaginismo era 100% tratável.

Meu tratamento durou aproximadamente 20 sessões. Meu vaginismo era complicadinho e eu também tinha uma sensibilidade na pele na entrada da vagina, não sei se era vulvodínia.

No dia que comecei a namorar oficialmente meu atual marido tivemos relação. Tentamos penetração sem grandes expectativas, já que nas outras vezes que tentamos não tinha dado muito certo…....e FOI!!! Nem acreditei!!! Na hora fiquei com os sentimentos meio que congelados, não sabia se dava gargalhada, se chorava de emoção ou o que. hehehe

Só que mesmo tendo penetração ela era sempre com ardência (mesmo usando lubrificante), então levou um pouco mais de 1 ano para eu descobrir o tratamento correto para a ardência em si com a minha ginecologista. Confesso que as constantes frustrações ao longo do tratamento me fizeram adiar a consulta com a ginecologista e retorno nela quando a primeira pomada (a base de hormônios) não deu certo.

Quando fiz o preventivo senti uma nova sensação de vitória, pois a realização do exame foi bem tranquila e totalmente indolor. Todo aquele pavor e medo de um exame super dolorido estavam só na minha cabeça, na vida real é algo absolutamente tranquilo, embora haja um certo desconforto pela posição e atividade pouco comum. Nada muito diferente de fazer outros exames médicos.

Hoje a vida sexual é tão boa que já quase engravidei por “acidente” (empolgação, fogo ou o nome que você quiser dar). 😅

Os conselhos que posso deixar são:
  • Faça o tratamento (multiprofissional) e persista até o fim, vai valer a pena cada centavo que você investir;
  • Cada uma tem seu tempo para finalizar o tratamento (mesmo depois de ter penetração), assim como cada uma tem seu grau de vaginismo;
  • Seja paciente e gentil consigo mesma ao longo do tratamento;
  • Saiba que em muitos momentos a frustração fará parte do tratamento e/ou início de uma nova vida sexual, por isso, não deixe sua psicoterapia de lado;
 • Como nem todos os psicólogos entendem de disfunção sexual, preferencialmente escolha um profissional que entenda deste tema ou também seja um sexólogo/terapeuta sexual e

 • Não desista até chegar ao fim. Tenha certeza de que vaginismo tem tratamento e um fim. Você só não chegará no fim se resolver desistir no meio do caminho (ou no início)."


Obrigada TULIPA!!! TODA FELICIDADE DO MUNDO PRA VCS!!!

segunda-feira, 28 de maio de 2018

FORAM 4 SESSÕES DE FISIOTERAPIA E NOVE ANOS DE CASAMENTO

BOM DIA MENINAS!!!


Vamos aproveitar hoje que algumas pacientes desmarcaram (CAMINHONEIROS EM GREVE, TODO MUNDO SEM COMBUSTÍVEL PARA SAIR DE CASA) e vamos atualizar o blog!!!

No início do mês passado, avaliei essa paciente, que vou apelidar de FLOR.
A Flor é casada há 9 anos e nunca havia conseguido ter uma relação sexual com penetração. Ficou bastante emocionada na avaliação, me contando sua história... O casamento já estava bem abalado e o sonho de ser mãe parecia impossível. Eu senti que ela estava determinada a se livrar do problema, já não aguentava mais tanta angustia.

A Flor tinha uma vagina normal, sem nenhum impedimento anatômico, exceto espasmos musculares fortíssimos (contrações involuntárias) e o pânico de ser examinada tbm era bem evidente.

Fizemos 4 sessões e ela evoluiu incrivelmente rápido!!! Fiquei tão animada que já na 4a sessão, pedi que ela tentasse deixar o parceiro ajuda-la no exercício em casa ( assim ela treinaria tbm ter mais confiança nele). O parceiro topou! E eles ainda se sentiram confiantes para irem além... Confere só o depoimento da FLOR.😍





"Olá meninas!

Hoje eu venho compartilhar com vocês um pouquinho da minha história.

Eu descobri o meu problema na minha lua de mel. Tive uma educação rígida e praticamente não se conversava sobre sexo. Eu e meu marido casamos virgens e no primeiro momento achamos que minha dificuldade era originada pelo nervosismo e pela vergonha da primeira vez. O tempo foi passando e percebemos que tínhamos um grande problema: eu sentia um completo pavor e desespero no momento íntimo. Uma vez até avançamos um pouco mas tudo era interrompido pelo meu medo e principalmente pela certeza da dor que vinha na minha cabeça.

Deus me deu a graça de ter um marido paciente e compreensivo mas tudo tem um limite e o meu problema estava quase acabando com o meu casamento. Eu não sabia porque eu era assim, não sabia o que eu tinha. Sofri calada por anos até porque não sabia onde buscar ajuda.
Um dia vi uma reportagem sobre fobias da Tv e uma delas era a fobia de sexo. Aquilo logo me saltou aos olhos pois afinal descobri que não era a única e além disso descobri que o que eu tinha um nome: vaginismo.

Algum tempo depois disso até busquei ajuda em um núcleo de psicologia mas isso não foi pra frente. Comecei a pesquisar na internet e vi depoimentos de pessoas que ficaram curadas ao fazer um tratamento em clínicas especializadas para isso. Mas eu só achava profissionais em outros Estados. Aí mandei e-mail para uma dessas clínicas para ver se me indicavam alguém que tratasse vaginismo aqui no Rio de Janeiro. Foi aí que eu descobri a Clínica da Dra. Fernanda Pacheco, que para minha surpresa é bem pertinho do meu trabalho.

Eu soube da clínica em janeiro desse ano mas só tive coragem de marcar uma consulta em abril. No dia 11 de abril fui para minha avaliação. Eu estava assustada e muito nervosa. Dava pra perceber pela minha expressão. O meu primeiro contato foi com a Cris (secretária) que foi muito simpática e atenciosa e tentou fazer de tudo pra me deixar a vontade enquanto eu esperava. Eu tinha ensaiado várias coisas pra dizer pra doutora Fernanda mas quando chegou a minha vez a Dra. Fernanda disse que era pra eu falar tudo que eu estava sentindo. Eu falava e as lágrimas rolavam e houveram momentos em que as palavras me faltaram tamanho era o meu desespero. Ela me ouviu e disse que tinha todas as armas para me deixar curada mas que agora só ia depender de mim.

Comecei as sessões ainda com tantas questões na minha cabeça, pensei em não voltar mas voltei. Era a única chance de ajuda em anos que eu estava recebendo, eu tinha que tentar. Tinha tanta vergonha que a Dra. Fernanda até fez o pedido dos primeiros dilatadores pra mim porque ela deve ter percebido que eu ia ficar com receio de comprar.

A cada sessão me sentia mais segura, a Dra. Fabiana também me ajudou muito nesse processo. A Urofisio tem uma equipe preparada, com profissionais capacitados para nos ajudar de uma maneira tão natural que te passa segurança e te deixa à vontade.

Às vezes em casa ficava com preguiça de fazer os exercícios diários. Eu pensava: Será que isso vai dar certo? Mas eu não podia me sabotar, então eu fazia. Eu tinha que ter certeza de que tinha feito tudo pra dar certo. Então eu dava um passo de cada vez em direção a minha cura. Meu esposo também me ajudava sempre me lembrando de fazer os exercícios.

Na minha 4ª sessão a Dra. Fernanda disse que eu tinha que fazer os exercícios do dilatador junto com o meu marido para ganhar confiança nele. Confesso que fiquei com receio porque eu sempre fiz sozinha. Bem, eu tinha que tentar então no mesmo dia tentamos fazer juntos. No início foi meio esquisito, eu fiquei envergonhada e percebi que ele ficou meio sem graça mas fizemos o exercício assim mesmo. Aí meu esposo quis tentar o exercício sem o dilatador. Fiquei com receio de ter mais uma tentativa frustrada mas não tinha nada a perder e tentamos. Pra minha surpresa conseguimos! Um milagre aconteceu e nós tivemos pela primeira vez uma relação completa. A idéia na minha cabeça de que não dava, de que não cabia, foi rompida. Tudo bem que foi tudo ainda um pouco desconfortável pra mim mas eu conseguir ir até o final é surpreendente. Meu esposo e eu estamos numa felicidade sem tamanho.

Ainda estou em tratamento. Serei eternamente grata a Deus e a equipe da UROFISIO (RJ) que me ajudaram a ser uma mulher completa. Só lamento não ter encontrado esse tratamento antes. Não peca o tempo que eu perdi, busque ajuda o quanto antes. Independente de termos um relacionamento ou não nós precisamos buscar ajuda pois isso nos impede de cuidar da nossa saúde, pois temos medo de ir ao ginecologista, temos medo de fazer determinados exames. Isso é muito ruim.

Não temos culpa de ter vaginismo mas seremos culpadas se tivermos a chance de tratar e não fizermos nada. Agora você sabe onde buscar ajuda, esse é o primeiro passo rumo à sua cura. Sim é possível!!!"


Obrigada Flor pelo seu depoimento encorajador!!
A FLOR está na 6a sessão e provavelmente deve receber alta em 2 semanas.