segunda-feira, 18 de maio de 2015

"Depois de oito sessões de fisioterapia e com muita dedicação, estou curada!"

Olá meninas!!!

Esse depoimento é uma continuação...

A Paciente já tinha me enviado um depoimento após a 3a sessão de fisioterapia , quando conseguiu ter sua primeira relação sexual com penetração. 
 (clique aqui e confira o primeiro depoimento)

Hoje volto para postar o depoimento final, após 8 sessões de fisioterapia. Ela fez 8 sessões de fisioterapia em um período de 5 meses... Pois 2 vezes precisamos interromper, devido a outras questões de saúde, que não eram associadas ao vaginismo.

Confiram o depoimento... Inspirem-se!

 


“Então, quem se lembra da vagínica que conseguiu ter relação com penetração normalmente depois de apenas três sessões de fisioterapia pélvica com dra. Fernanda? Agora volto pra dizer, que depois de oito sessões e exercícios com muita dedicação, estou curada. Minha vitória veio no dia 28 de abril. Foram cinco meses de tratamento.
Quem também se lembra de eu ter sido respeitada pelo então namorado? Pois é. Ele terminou comigo, e disse que eu não o satisfazia sexualmente. E segundo o carinha, isso é respeito. Claro que foi mais uma porrada pra mim, depois de todos os traumas e decepções que tive.
A dor do vaginismo vai muito além da questão de não conseguir penetração no sexo. Eu sei o que é, eu sei o que uma mulher sente. Só nós, vagínicas, sabemos. A gente sente vergonha, não queremos falar sobre isso, achamos que somos culpadas. Me sentia mal, errada. Agora eu posso dizer, como uma vez disseram pra mim, me dá vontade de vomitar... quando eu lembro que isso tudo aconteceu e eu não pude fazer nada... porque eu não sabia, não tinha experiência, o que uma menina de 18 anos conhecendo o sexo tem de experiência? O que ela pode fazer?
Por que você acha que de repente eu não consigo ficar muito tempo com uma pessoa? Deve ter uma explicação, né? Quem sabe não deve ser tudo isso que eu vivi? Deve ter ali, a ferida. Eu nunca falei assim pra ninguém porque eu acho que as pessoas vão me olhar diferente, talvez não vão entender ou vão entender da maneira delas. Tanto é que no momento, pessoas - sem saberem o que tive - estão dizendo que “eu não bato bem da cabeça”. Apesar de não parecer, o sexo é muito valorizado pela sociedade atualmente. Se você não pratica, é vista como feia, estranha, encalhada. Talvez eu tivesse que passar por isso tudo pra hoje eu chegar e dizer: eu quero lutar por elas. É ter um sonho de um dia nenhuma mulher sofrer de vaginismo.
Através da minha profissão eu posso tentar divulgar o vaginismo. Chega desse negócio de homem humilhar mulher. Chega de ginecologista maltratar e traumatizar paciente. Por que a mídia só divulga a “pesquisa que as mulheres têm orgasmos mais intensos com homens engraçados e ricos” ou “a feira de sex shop que acontece na cidade”? Um distúrbio sexual e psicológico que faz tantas mulheres sofrerem caladas durantes anos não interessa pra ninguém? Como assim? Eu quero correr atrás pra mudar isso.
Agora, o que eu posso deixar de aprendizado é: não se abale quando um homem te humilhar, dizer que você é fresca, ou sei lá, são tantas coisas. Eu caí nessa. É claro que dói, mas não fique sofrendo sozinha, busque ajuda. Não deixe um ginecologista te obrigar a fazer uma coisa que você não quer. Ninguém pode fazer isso. Sabem como o meu médico agiu comigo? Me relaxou, fez os toques com muita tranquilidade, colocou o espéculo e perguntou: “Coloquei o espéculo, agora só falta abrir. POSSO?” Eu disse: “Não”. E ele: “Tá bom”. E tirou. Sem nenhum drama, nenhuma ignorância. Por que ser diferente disso? Não há motivo. Vaginismo tem 100 % de cura com fisioterapia pélvica.
“O mundo vai partir seu coração de muitas formas. Eu garanto. Mas penso no que todos fizeram por mim, e eu me sinto uma garota de muita sorte”, O lado bom da vida. Além do profissionalismo, dra. Fernanda é de uma delicadeza incrível, muito obrigada. Dr. André, já nem tenho mais o que dizer pra ele, pois já enchi tanto o saco, mas muito obrigada. Meninas do grupo de apoio no WhatsApp, vocês se tornaram minhas irmãs, muito obrigada”.


Parabéns querida! Toda felicidade do mundo pra você!!!

Abraço 
Dra Fernanda Pacheco

terça-feira, 12 de maio de 2015

"Finalmente, eu consigo me sentir livre, feliz, mulher e NORMAL"


Boa tarde meninas

Ontem foi o dia de mais uma paciente muito querida conquistar a alta...

Depois de ter o feedback positivo quanto à relação sexual ... Fizemos o último teste: A simulação do exame ginecológico usando um espéculo (aparelho que o gineco utiliza para fazer o preventivo)... E tudo OK!!! Ela conseguiu passar pela simulação do exame sem grande incômodo!!!

Depois de 10 sessões de fisioterapia, muita conversa e muita dedicação com os exercícios ... Parabéns querida!!! Seja Feliz!!!

Espero que esse depoimento possa inspirar todas a meninas que passam por essa disfunção, chamada VAGINISMO.

Abraço
Dra Fernanda Pacheco

                                                 




"Desde bem nova, minha mãe sempre deixou bem claro a posição conservadora dela em relação a namoros e sexo. Talvez ela tenha sido assim porque a minha vó sempre teve uma cabeça muito fechada e a tenha criado assim. Além disso, sempre ouvi de conhecidas e amigas como a "primeira vez" era dolorosa. Acho que todas as informações que fui acumulando na minha cabeça ao longo dos anos de que a "primeira vez" era uma tortura contribuíram para que os meus pensamentos se tornassem realidade.

Depois de tanto anos escutando bobagens e coisas que as pessoas jamais deveriam dizer às outras, aos 17 anos finalmente aconteceu a minha primeira vez. Apesar de eu estar muito tranquila e não ter sido nada planejado,meu namorado teve que fazer bastante força para conseguir a penetração e obviamente doeu muito. Como eu pensava que doeria assim somente a primeira vez, eu aguentei a dor.

No entanto, depois de fazer a 2°, 3°, 4°, 5° e 6° vez, comecei a ficar muito frustrada, porque a dor continuava. E assim, a penetração virou um terror na minha vida. Na grande maioria das vezes, a gente só fazia as preliminares e quando tentava a penetração, eu acabava o sexo chorando de tristeza e frustração. Eu pensava que era a única no mundo que sofria desse problema, que eu era uma namorada e mulher horrível. Quem ia me querer desse jeito? Eu me sentia uma doente e anormal. E o pior de tudo é que só o meu namorado sabia disso. Eu não compartilhava esse segredo com ninguém da minha família ou amigos.

Finalmente, eu resolvi compartilhar com um médico o que eu sentia. Porque apesar de eu sentir muita dor no sexo, eu era capaz de me submeter a exames ginecológicos sentindo uma dor muito suportável e por isso, ninguém sabia do meu problema. Quando eu disse a ele o que eu sentia, comecei a chorar deitada na maca ginecológica. Primeiro, ele pensou que o meu namorado me batia. Depois ele fez um exame físico e disse "Sua vagina é realmente muito pequena. Sabe qual é a solução disso? Cada país em seu continente". Ou seja, como o meu continente era pequeno demais para o país do meu namorado, eu teria que sair por aí procurando alguém que tivesse um pênis menor. Saí da consulta ainda mais chateada e decidi que eu nunca mais queria fazer sexo ou exames de novo. Estava cansada disso.

Enfim, depois de 7 anos sofrendo com esse problema, aos 24 anos, eu encontrei o site da Dra. Fernanda na internet falando sobre o "vaginismo". Quando eu descobri que o vaginismo  tinha cura e que ela atendia em um lugar acessível, meu coração deu saltos de alegria. Finalmente, depois de tanto tempo, eu comecei a sentir esperança de novo. 

Durante as sessões, a Dra Fernanda sempre foi muito gentil e atenciosa. Ela me incentivou a fazer os exercícios todos os dias e comemorava a cada conquista. Uma coisa que foi muito importante para mim durante o tratamento foi que ela disse que eu não podia sentir dor em nenhum momento, apenas um leve incômodo. Como eu já estava traumatizada de sentir tanta dor, isso me deu muito mais segurança para conseguir progredir. 

Finalmente, depois da 5° sessão, eu e meu namorado tentamos novamente a penetração e eu NÃO SENTI DOR! Apesar de ainda sentir um leve incômodo e só ter tentado uma única posição, nós dois comemoramos muito, felizes da vida. Continuei fazendo os exercícios em casa e indo às sessões até que na 9° sessão, eu e meu namorado conseguimos fazer em várias posições diferentes, durante um tempão, com muita facilidade, sem dor e sem incômodo. 

Eu não tinha tanta certeza de que esse dia chegaria. Mas hoje, depois de 10 sessões, eu estou completamente CURADA DO VAGINISMO. Finalmente, eu consigo me sentir livre, feliz, mulher e NORMAL. 

Estou escrevendo este depoimento para contar a minha história para todas as meninas que sofrem desse problema. Não deixem o vaginismo para depois e jamais deixem que as pessoas digam coisas idiotas a vocês. Assim como eu e várias outras meninas que hoje estão curadas do vaginismo, vocês também conseguem! Não desistam nunca de vocês!


beijos a todas!"