terça-feira, 18 de novembro de 2014

"Eu achava que o meu caso era mais grave que o das outras vagínicas e não acreditava mais na cura"

Olá Meninas

Eu estava terminando uns slides para a palestra de logo mais (na jornada carioca de urologia), onde irei mais uma vez falar sobre a atuação da fisioterapia no vaginismo, quando o meu telefone toca e avisa de um novo email na caixa de entrada...

Li um e-mail super emocionante e acredito que seja inspirador para todas vocês!!!

Agradeço a minha querida paciente que teve alta há poucos dias e tão logo já me enviou a sua colaboração para o blog. Obrigada querida! Te desejo toda felicidade do mundo!






"Nunca pensei que estaria escrevendo um depoimento para o blog na qual foi o meu início. Como a maioria das mulheres vagínicas, achava que ninguém me entendia, que o meu caso era mais grave que o das outras, que não seria assim tão tranquilo nem tão rápido (apenas 10 sessões). Na verdade, nem acreditava mais em cura para mim.Tenho 21 anos e tive minha primeira relação sexual com muita dor e ardência. Depois de 1 ano e meio, após algumas outras tentativas sem sucesso, eu estava cada vez mais frustrada, triste e perdida. Não entrava nada: nem absorvente interno, nem cotonete, nem vento! Minhas amigas diziam que isso ia passar, minha mãe me recriminava e os médicos diziam que era apenas uma questão de relaxar. A cada pessoa bacana que eu conhecia, tinha que explicar que talvez eu não conseguiria transar, e isso era um constrangimento muito doloroso. Uma vez, ouvi coisas tão horríveis por não ter conseguido penetração, que prometi a mim mesma não tentar nunca mais. Me sentia menos feminina, menos mulher, "deficiente sexual". Em junho, conheci o meu namorado em uma viagem de faculdade. Apesar de ter me apaixonado a primeira vista e hoje, saber que ele é o homem da minha vida, fugi de um envolvimento sexual o quanto pude, até que tomei coragem e expus minha situação. Ele me aceitou... e eu decidi que o meu problema não podia continuar nem mais um dia, que eu merecia curtir um sexo completo e tranquilo. Foi aí que eu tive forças para voltar a uma ginecologista e me foi dado o diagnóstico: vaginismo. Mas ela falou com tanto descaso, que até parecia um diagnóstico de virose! Disse que eu só precisava relaxar, que tudo correria bem. Ainda no dia, fiz o exame preventivo e morri de dor.. quando consegui me recompor do sofrimento, pensei: CHEGA! Passei a pesquisar exaustivamente por matérias sobre vaginismo na internet, até achar o blog "Vaginismo e Fisioterapia", da dra. Fernanda Pacheco. Já na avaliação, tudo foi explicado detalhadamente por ela e ouvi a frase mágica: "100% das minhas pacientes alcançaram a cura". 
Ainda desconfiando que eu seria capaz - mas com muita força de vontade - prestei atenção em cada instrução da fisioterapia, cada resposta que meu corpo dava, e relatava tudo para a Fernanda. As sessões eram leves e descontraídas, nem parecia que eu estava com dilatadores "lá embaixo"! hahaha. Porém, com duas semanas de tratamento minha mãe faleceu, com quatro semanas meu namorado viajou para terminar o doutorado dele na Inglaterra e na nona semana, meu pai sofreu um infarte. Não deixei de treinar um só dia! Foi aí que eu percebi o quanto o vaginismo me bloqueava de mil maneiras e o quanto estava disposta a retomar minha auto estima. A recompensa veio ontem: recebi alta! Musculatura exatamente como deve ser!
Meu namorado foi fundamental nesse tempo. Longe ou perto, ele sempre estava interessado, comemorando a cada evolução do tamanho dos meus dilatadores e sempre fazia piadas saudáveis para aliviar minha tensão. Mas principalmente, agradeço a dra. Fernanda pela amizade, pela paciência, pelas dicas, ensinamentos, conversas, histórias. Por ter me incentivado durante esses 2 meses e 6 semanas a me tornar uma mulher segura, confiante, tranquila e conhecedora do meu corpo, e isso não tem preço. Espero que Deus lhe abençõe e lhe dê em dobro toda a alegria e entusiasmo que estou sentindo e tantas mulheres também sentem. Vagínicas, acreditem em si mesmas. Essa disfunção tem cura, dêem um presente à saúde de vocês! Beijos!"



domingo, 16 de novembro de 2014

"Porque tenho medo de fazer o exame ginecológico?"






Boa noite meninas!!!

Ontem recebi um e-mail com apenas uma pergunta bem simples... 
E como essa pergunta tem me sido feita de forma bem frequente, resolvi que ela vale um post aqui.

Confiram a pergunta e a minha resposta logo abaixo:





RESPOSTA:

"Olá querida!!! 


Vc não é a única! Nós todas crescemos escutando primeiro nossas mães falarem do tal exame ginecológico que é mto desconfortável, depois quando ficamos mocinhas as amigas que ficaram um pouco antes começam a fazer o terror sobre a primeira visita ao ginecologista... Então aí reforçamos a imagem de que vai doer e que é algo que remete a uma tortura.

Infelizmente toda mocinha visita o ginecologista cheia de medos e mitos... As vezes vezes temos a sorte de encontrar um médico que antes de partir para o exame, explica todo o precedimento e toda a anatomia. E quando isso acontece é maravilhoso, pq aí nós entendemos de verdade como o exame é feito e tiramos todo o nosso "pré conceito" . Aí quando deitamos na maca ginecológica estamos mais relaxadas, mais tranquila e o nosso músculo da vagina não se fecha. Dessa forma o médico conseguirá colher o matérial sem causar uma experiência traumática para a garota. 

Quando essa primeira experiência é traumática, ou seja , quando a menina deita já tensa na maca e o músculo da vagina se contrai.... No momento em que o médico tenta introduzir o espéculo ou o cotonete, ele irá encontrar uma barreira muscular... E se ele tentar forçar essa barreira, a menina irá sentir dor e nesse momento irá confirmar todos os seus medos e mitos sobre o exame ginecológico.E assim o vaginismo pode começar a se instalar!

Quando vc for a um médico, explique antes todo o seu medo e diga que vc voltará lá quantas vezes forem necessárias para tentar fazer o exame, mas que vc precisa estar relaxada para ele tentar colher o material. 

Talvez ele tente algumas vezes e ao verificar o seu músculo tenso, desista de colher o material aquele dia e te peça para voltar um outro dia e talvez peça tbm para vc ir visitar um sexólogo ou uma fisioterapeuta uroginecológica.

Quando entendemos nossa anatomia e como o procedimento do exame é realizado, ficamos mais tranquilas e mas relaxadas, possibilitando a coleta do material sem a mínima dor.

Obrigada pela sua pergunta! Eu realmente adorei! E gostaria da sua autorização para divulgar no blog (sem o seu nome claro!). Posso ?

Um abraço 
Dra Fernanda"







terça-feira, 11 de novembro de 2014

Sofri por 6 anos! E me curei do vaginismo em 3 meses (10 sessões)!

Boa tarde meninas!

Essa paciente é muito querida! Foi muito dedicada com o tratamento e conseguiu alta em 10 sessões... Espero que a história dela possa inspirar vocês! 

beijo grande
Dra Fernanda Pacheco




"Olá meninas!  Resolvi dar o meu depoimento a respeito do vaginismo e assim talvez compartilhar alguns dos meus sentimentos vividos com vocês.   Meu drama com o vaginismo começou há alguns anos, quando ainda adolescente fui fazer um exame ginecológico pela primeira vez e senti uma dor insuportável, a maior dor que já havia sentido na minha vida! Mas a médica, como ocorre na maioria dos casos, ignorou a minha reação e disse apenas se tratar de um problema de nervosismo.  Em um outro momento,  tentei utilizar um absorvente interno, sem sucesso. Toda essa situação começou a me deixar bastante insegura no campo sexual, e sem me dar conta comecei a fugir de situações que pudessem me levar a uma relação sexual,  pois eu sabia que seria um desastre. Desde a primeira vez que fui à ginecologista que realizou o tal exame, passei por mais 5 médicos ginecologistas e todos vinham com o mesmo papo de nervosismo, exceto pela última médica que me mandou realizar uma ressonância magnética pois ela desconfiava de uma deformidade anatômica!  É lógico que o exame não detectou nada, e continuei sem maiores explicações sobre o que eu tinha. "Quando você transar passa", era essa a conclusão que ela havia chegado.  E nisso já haviam se passado 6 anos... um dia, conversando com minha psicóloga (estava fazendo análise para tentar lidar com toda essa situação) ouvi então o termo vaginismo pela primeira vez.  Compreendi finalmente do que se tratava e que eu me encaixava perfeitamente nessa situação!  Foi uma imensa sensação de alívio,  dali em diante comecei a pesquisar mais a fundo sobre p tema e acabei encontrando este blog! Imediatamente liguei pra Fernanda agendando uma consulta! No começo estava super receosa com o tratamento, como ia conseguir realiza-lo? Mas com o tempo comecei a realizar as sessões e a introduzir os dilatadores! Com muita dedicação a evolução foi rápida!  Hoje foi minha última sessão e eu tive alta!!! Gostaria de agradecer a Fernanda por todo o apoio e por ter levantado muito minha auto-estima. E de dizer a todas vocês que persistam no tratamento e que divulguem o vaginismo às amigas de vocês, às suas médicas ginecologistas, as familiares pois ainda é algo muito desconhecido pela sociedade,  imaginem quantas mulheres estão sofrendo neste momento pela falta de um diagnóstico? Desejo força e sucesso a cada uma das leitoras deste blog que sofrem deste problema, nunca imaginei que há 3 meses atrás estaria aqui escrevendo sobre ter acabado com essa disfunção sexual feminina na minha vida mas aqui estou! Um grande beijo a todas!!"